A história do Jiujitsu como exemplo de empreendedorismo

MMA ou Mixed Martial Arts é um negócio atual lucrativo que rende bilhões de dólares e criou um mercado gigantesco em volta. Lutadores, que outrora brigavam entre si nas praias cariocas, hoje são empresários de sucesso e alguns até parceiros.

A história que todo mundo conhece e repete é aquela onde o Rórion Gracie levou aos USA a arte da família, cultivada e aperfeiçoada em solo brasileiro durantes décadas, o genuíno Jiujitsu Japonês que os próprios japoneses deixaram desaparecer.

Só que a história vai um pouco mais além, esconde alguns segredos que foram revelados no livro da Reila Gracie, filha do lendário Carlos Gracie, criador dessa dinastia de lutadores e responsável por um mercado que não existiria sem ele.

Você pode estar me questionando nesse momento – se não leu esse livro – se esse mercado que existe foi uma consequência involuntária das ações do Carlos Gracie, na verdade foi proposital, pensada e arranjada. Vou tentar resumir um livro de mais de 400 páginas e traduzir como esse homem foi um empreendedor.

Carlos Gracie era o irmão mais velho, foi o primeiro a treinar sob a tutela do Conde Koma, um japonês radicado no Pará e membro da famosa Kodokan, escola criadora do Judô. Até meados da década de 50 do século 20, o judô era chamado ainda de jiujitsu em grande parte do mundo, porque o Judô na verdade foi a reunião de todos os estilos de Jiujitsu que se uniram na Kodokan.

Carlos Gracie na verdade aprendeu o Judo Kodokan, que na época não era como o esporte olímpico que conhecemos hoje, os lutadores dessa escola viajavam o mundo inteiro disseminando o “novo estilo” por meio de desafios no que ficou conhecido aqui no Brasil por vale-tudo. Carlos Gracie e seus outros 4 irmãos nunca treinaram um estilo de Jiujitsu tradicional japonês, eles foram alunos do Jiujitsu Kodokan, nomeado aos poucos para Judô.

Desde o início o Carlos vislumbrou um negócio duradouro, uma espécie de empresa-família em volta do Jiujitsu.

Campeão da Família

Toda empresa que se preze tem uma marca bem trabalhada. Carlos instituiu o papel de Campeão da Família, que começou com ele próprio. Para se ter uma idéia de como ele planejou tudo com olhos de um empreendedor que pensa nos negócios, veja como ele escolheu seu sucessor.

Para se dedicar aos negócios com mais afinco, Carlos tinha que escolher um de seus irmãos para o papel de campeão da família, por todas as declarações da época, George Gracie seria o mais indicado. Lutador talentoso e vitorioso de todos as lutas que o irmão marcou para ele. O problema é que George era metido a playboy, indisciplinado e desobediente. Tanto é que chegou a fazer lutas combinadas, algo que o irmão detestava e ía contra aquilo que estava construindo.

Veja bem, até nisso ele planejou com esmero, Carlos desde o início planejou vender o Jiujitsu como a melhor arte de combate já criada e sua família a que tinha o melhor jiujitsu, participar de lutas ensaiadas demoliria sua estratégia de fortalecer aquela marca.

Mas o pior do George era não obedecer o irmão, portanto Carlos escolheu o Hélio, caçula que idolatrava o irmão mais velho. Hélio era o oposto de George, disciplina deveria ser seu sobrenome. Criou-se a lenda de que Hélio desenvolveu o Jiujitsu junto com o irmão, nada disso, Carlos planejou tudo com cuidado.

Geração após geração foi-se definindo o campeão da família. Esse papel de campeão além do Marketing vital para aquele negócio, tinha outra estratégia crucial. Para enfrentar o campeão, um desafiante teria que enfrentar um aluno menos graduado para provar seu valor, dessa forma eles poderiam avaliar como o sujeito lutava e se prepararem em cima das fraquezas com um treino direcionado. Não existia um estilo de luta Gracie, existia o estilo necessário para cada luta em particular, metricamente calculado com o que funcionava e muito bem treinado.

O Estilo Gracie

Se existe um meio onde se mais tem charlatão, esse meio é nas artes marciais, toda esquina tem um mestre que criou sua própria arte marcial aprendida de um japonês ou chinês que mantinha um segredo medieval. As Artes Marciais parece um pouco com outros campos, para se ter uma idéia de protocolo, alguns líderes de clã samurais sequer sabiam lutar, mantinham a liderança porque eram os responsáveis pelos documentos da escola, passada de pai pra filho.

É um negócio rentável, basta dizer que não pode lutar porque tem segredos que poderiam matar o adversário e viver um tempo enganando as pessoas enquanto toma dinheiro delas. Carlos desde o início foi prático quanto a isso.

Os Gracies nunca tiveram cerimônia para manter os nomes em japonês dos golpes, talvez sequer tenham aprendido. Não lembro se há menção no livro da Reila, mas há relatos de que um ex-aluno do Conde Koma afirmou na década de 30 ou 40 que os Carlos nunca chegou a ser faixa-preta pelas mãos do Conde. Isso não tem importância, na época não existia uma clara definição sobre faixas, o que importa é que ele aprendeu a lutar e aprendeu a enfrentar desafios. Ele poderia ser tratado como mais um empresário com superior incompleto que deixou a escola para criar um império.

Os Gracie mantiveram a luta de solo como foco do seu estilo porque em um desafio com poucas regras definidas toda luta vai para o chão e se você não domina, você é dominado com facilidade, estratégia boa para 5 irmãos franzinos.

Ele nunca admitiu, mas também nunca condenou as afirmações que eles desenvolveram a luta de chão que fez o Jiujitsu Gracie tão especial, eles não inventaram nenhum golpe, nenhuma “alavanca” como se mitificou.

A praticidade do Carlos sempre favoreceu o combate e as técnicas que funcionavam, qualquer outra coisa era deixado de lado, concentração total na vitória das lutas. Poderíamos até traçar um paralelo com certificações técnicas, a única certificação válida para Carlos era a prática, a que trouxesse vitórias.

A Empresa

A família chegou a ter várias academias frequentadas pela elite carioca, desde desembargadores, passando por senadores a presidentes da república. Até os infortúnios conspiravam a seu favor, como o caso quando foram presos por espancarem um desafeto e receberam um indulto do próprio Getúlio Vargas. Esse networking facilitava muito as coisas.

Os Gracies treinavam e mantinham os melhores alunos como se fossem membros da família, eles sabiam que nunca se tornariam o Campeão da Família, mas eram reconhecidos dentro da empresa e ganham muito bem, até porque era do interesse do Carlos que eles fossem muito bons para evitar ao máximo expor o campeão e ainda por cima serviam como o melhor “sparring” que existia e de graça.

Numa época que não existiam startups e nenhuma empresa colocava refrigerantes e puffs para seus “recursos”, Carlos levava seus alunos para morar consigo, frequentar sua chácara e ensinar em sua academia como um irmão Gracie. Isso é tratamento de sucesso com seu empregado, o resto é bobagem.

O Negócio

Frases bem trabalhadas e expressões como “Se você quer um braço quebrado contate Carlos Gracie neste número” eram constantemente veiculadas nos principais jornais da então capital do Brasil.

Carlos queria vender o Jiujitsu como a arte mais eficiente e sua família como possuidora do melhor Jiujitsu, dessa forma mesmo quando a família perdia para outro membro do Jiujitsu eles ainda se beneficiariam, já que apenas o Jiujitsu pode vencer o Jiujitsu e aquela derrota com o tempo desapareceria, como ocorreu com todas as derrotas dos Gracies.

Carlos se cercava de todas as nuances para fazer seu negócio prosperar, ele “inventou” até uma dieta que ficou conhecida como Dieta Gracie e clinicou como nutricionista por muitos anos quando nem existia essa profissão. Existe a teoria de que ele não inventou essa dieta, copiou de um médico argentino. De qualquer forma ele pensou em tudo em volta do negócio Gracie, desde o estilo ao modo de vida que eles deveriam levar.

O negócio de vale-tudo passou por períodos de brilho e períodos de ostracismo, a família nunca “mudou de ramo”, apostou sempre no produto e souberam esperar o timing certo. Não dá para especular o que ocorreria se outro Gracie tivesse levado o modelo aos USA em outro momento, se fosse na época de Bruce Lee provavelmente ninguém teria dado bola, atores faziam mais sucesso do que artistas marciais. O Certo é que no momento que o Rórion levou o Jiujitsu Gracie para o celeiro do Show Business, o formato do negócio estava trabalhado por quase 80 anos.

Tanto que nos primeiros 3 show do UFC, seu irmão Royce, que nem era o Campeão da Família, sequer um dos melhores da família, venceu com tanta facilidade que parecia brincadeira de criança, muitos chegaram a duvidar da veracidade das lutas, tamanha a facilidade.

Os brasileiros são os maiores vitoriosos no contexto geral dentro desse esporte/negócio, porque o modelo e formato estava bem trabalhado por aqui pelos Gracies. Pena não termos empresários liderando as principais organizações de lutas, daí podemos comparar Carlos Gracie ao Barão de Mauá, empreendedores solitários em uma país não propício a empreendedorismo.

A família se desentendeu como em toda sucessão empresarial familiar, mas hoje todos aqueles que vivem do MMA devem agradecer a esse empreendedor. Filtrei alguns pontos importantes da visão que o Carlos Gracie teve para seu  negócio, mas a história é muito mais interessante do que esse resumo/review, deixei de fora alguns pontos polêmicos como seus mais de 20 filhos com diversas esposas, mas o legado do Carlos é maior do que alguns percalços que tenha provocado.

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