O fim do jornalista analógico

O jornal cearense OPOVO está fazendo uma enquete com a pergunta "Você acha que os blogs são fontes de informações confiavéis?"

Essa é a pergunta mais estranha que vi nos últimos tempos. Apesar do Hélcio ter dado várias explicações sobre o fenômeno, eu tenho apenas uma: "A geração analógica sofre para entender a geração digital".

Eu poderia passar parágrafos inteiros explicando que as informações podem ser tão confiáveis quanto as de uma jornal tradicional, falar que o mundo civilizado já pauta sua imprensa pela participação dos blogs ativamente na disseminação das informações, que a cobertura agora é mais rápida pela blogosfera, etc… etc… etc…

Mas isso tudo é enfadonho, peguemos a reportagem da minha entrevista para o OPOVO impresso no dia 05/11/2007 que estava ligada ao Blogcamp-CE. Além de terem escrito meu nome de forma errada, um erro primário no endereço do meu blog (www.milfont.org.blog ?), cortaram algumas frases dentro de contextos que mudaram totalmente o sentido, como o último parágrafo:

"Penso que saber o que os blogueiros acham, suas opiniões. O evento promete concentrar os melhores blogueiros do Ceará", diz.

"Diz" o caralho, alguém entendeu o que eu disse? Nem eu! Porque eu não disse isso, aliás cortaram tanto que eu sequer sei do que está sendo tratado nesse parágrafo.

Se um dos jornais mais importantes do Ceará, o primeiro ou segundo lugar, faz uma monstruosidade dessas em uma entrevista trivial dentro do cenário blogueiro, imagina o que podem fazer em outras áreas como política, segurança, opinião.

Uma matéria antes de ser publicada passa por várias mãos, do repórter ao editor, além de revisores. Não dá nem para culpar o repórter, porque sei que minha repórter não faria isso, confio nela. Mas eu poderia muito bem dizer que por causa disso não confio nos jornais, só que é mentira, confio absolutamente. Assim como confio absolutamente em um blog.

Eu sempre acredito em tudo que leio, só não saio divulgando, antes passo pelas referências, se não existem eu procuro em um indexador. Daí descubro em poucos minutos se aquilo é real ou se é um "fake".

Pois bem, eu falei que isso tudo é culpa da cultura analógica. Quantas pessoas você conhece que preferem livros impressos? São quase as mesmas que preferem papel a ler no PC. O jornal digital não pegaria por aqui, temos uma cultura analogica tradicional. A pergunta no OPOVO em sua enquete está ligada mais ao medo que os jornalistas analógicos tem dos jornalistas digitais, nem tanto pelos blogueiros em si porque ninguem tem medo de amador. Por mais que os amadores tenham acesso a produção de informação e algumas viúvas de guildas proponham mais controle pelos sindicatos, o que amedronta mesmo os jurássicos é um dia terem que se preparar para enfrentar os digitais, os profissionais digitais.

O Paulo Henrique Amorin falou certa vez em entrevista que as pessoas não estão preparadas para selecionarem o que querem ler, isso causou revolta em muitos digitais, mas ele estava certo. As pessoas AINDA não estão preparadas para produzirem informações, sequer selecionarem o que querem consumir.

Mas isso está mudando, cada morto da geração analógica, um da digital impõe sua visão. É questão de tempo até os jurássicos analógicos serem extintos, a estratégia é: se a própria natureza cuidará disso; ou se contribuiremos para agilizar o seu desaparecimento.

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6 thoughts on “O fim do jornalista analógico

  1. Eder L. Marques

    Discutimos um pouco sobre isso no blogcamp, talvez tenha até sido o Helcio que tenha puxado a conversa. Também já dei algumas entrevistas para o O Povo, com dados certinhos, fontes de referência, e quando vi no jornal tinha até erro conceitual grosseiro no que escreveram.

    Creio que não só a mídia, mas as pessoas como um todo, como vc abordou bem, precisam se adaptar a esta revolução. Contudo, creio que não se trata de impor visões, mas de uma construção coletiva do conhecimento.

    Grande abraço.

  2. Handerson Frota

    Rapaz conheço um cara que trabalha em um órgão público de trânsito que tem esse perfil de analógico, ele ainda não se tocou que estamos na hera digital , e nem adianta falar porque pessoas desse tipo não conseguem entender, fazer o que né ;D

    Abraços

  3. Marcio Almeida

    é importante frisar um detalhe, estamos no Ceará!
    e por estar aqui temos que nos deparar com atitudes como esta.

    poxa existe um exemplo básico a ser seguindo http://www.folha.uol.com.br/

    este setor eu acompanho do inicio, lembro em 2000 o diario do nordeste entrando com o seu Verdes Mares e o O Povo correndo atras com seu No Olhar, veja no que deu, hoje não existe mais o No Olhar, mais pq? acho que por falta de cultura web mesmo! foram me demitir 😉

    o Pior de tudo é acessar os BLOG do OPOVO é acompanhar os Post do Josias heheeh brincadeira viu!

    Vamos lá existe muito caminho a percorrer

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